sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Interrompendo o direito de ir e vir

Cláudio José Ataíde Ferreira


Observando o movimento diário da cidade de Garanhuns, imaginamos que o melhor lugar para os pedestres seja nas calçadas e não disputando o espaço com os carros nas ruas. Alguém menos atento, poderia pensar que se trata de um costume, que ficou da época em que esta era apenas uma pequena cidade ou da falta de educação para o trânsito de parte da população.

Mas é fácil notar, para quem se der ao trabalho, que a maioria de nossas calçadas simplesmente impede o movimento dos pedestres: lixo, mato, árvores em locais inadequados, buracos, escadas, pavimento irregular, jardins sem planejamento, plantas com espinhos e muros são alguns motivos que impedem a passagem de pedestres e levam as pessoas a se arriscarem nas ruas desta bela cidade.

As calçadas são indispensáveis para a segurança e garantem também o direito constitucional de ir e vir. De uma maneira geral, os obstáculos citados acima, restringem este direito assegurado a todo cidadão, além de colocar em risco a vida das pessoas, que são obrigadas a desviar e andar na rua.

É evidente a dificuldade para transitar em algumas artérias para crianças, idosos e mulheres com salto. Imaginem então, o transtorno que causa na vida de pessoas com necessidades especiais. O cadeirante e o deficiente visual são atingidos com maior intensidade, mas os problemas causados por falta de calçadas ou calçadas em péssimo estado atingem a todos, sem exceção.

Precisamos de uma política pública que possibilite a mudança da realidade atual e que a conscientização seja parte do cotidiano de todos nós. Não podemos esquecer que a prefeitura promoveu, no início deste ano, um disciplinamento nos locais públicos, para coibir o uso indevido do espaço com mesas, cadeiras, mercadorias, toldos, placas e cavaletes e tudo mais que dificultem o acesso de pedestres. Esperamos que estas ações seja apenas o início de uma mudança de mentalidade por parte de nossos governantes.

Independente de quem seja a responsabilidade pela conservação do passeio público, se do proprietário do imóvel ou do poder público, é imperioso o direito da população em ter calçadas limpas e desimpedidas. A calçada ideal é aquela que assegura um caminhar seguro e confortável.

Um comentário:

  1. Claudio
    Bom seu texto, porém faltou o diálogo com o leitor através de questionamentos que convençam ou ao menos levem a reflexão do assunto abordado. Continue escrevendo.
    Um abraço!
    Professora Ecia Mônica

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